quinta-feira, 12 de julho de 2012

Metamorfose


Era adocicada, pura, límpida, quase pálida
Murmurava, sorria, sentia
Dissertava quanto a coisas bonitas
Sobre o futuro, de uma forma afetiva

Agradável, por que não?
O temor inicial? Diluiu-se
Abracei-a, recebi
Coloquei sobre meu pranto paterno
Divaguei quanto a histórias e sonhos
Expus fragilidades e medos

Imaginei, por um momento, sorrir
Não um sorriso trágico ou infausto
Mas sim, um sorriso do Éden

Porém, do sorriso fez-se o escárnio
Lamúrias e repulsa
Assista você
Você!

Preterize-se  e a assista agora
Não és humana, sequer
Vomitas pedância como quem compôs apego
O que és? O que foi?
Sorria, sim
Pois transparece o sinistro

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