A
tragédia é inerente a minha vida. Isso é uma constatação! Concebo-me num misto
de romances literários, perpassando por Jorge Amado e seus homens caricatos,
pela Gente Pobre de Dostoiévski, até
o final funéreo de ordem rodrigueana.
Minhas narrativas se conduzem ao vislumbre do óbvio, em sua forma mais crua e
deprimente, oriunda do cansaço da maturidade.

Não
questione minha passividade, sei que para o leitor é simples apontar os erros
do protagonista, apenas se oriente pelo enredo. Há medos e dúvidas no decorrer
do romance, porém no fim só restam certezas. Certeza que felicidade é
acompanhada da sobriedade e da solidão. Aventuras, agora, somente em outras
esferas, que tal um romance policial ou um suspense ácido, com ações
mirabolantes dignas de chamadas de TV.
Não,
agora é o fim! Desisto dos romances burgueses principescos, onde tudo se aflui,
isso não existe! Por viver e sofrer sozinho, por lutar sozinho, concluo que a
vida não se faz de sentimentos nobres ou de intencionalidades, mas sim de
humanidade, mesmo que mínima. Subjetivamente sou e serei só, isso é o que me
comove. Objetivamente sou e serei coletivo, daí agradeço a ética dos heróis
literários, mesmo dos derrotados.
Devo dizer que tais confissões me soam reveladoras, impressionantes e até meio sofisticadas, mas jamais inéditas. Não as são, por que há tempos não via revelada em palavras psicologizadas, a configuração de uma posição tão análoga a minha... Impossível descrever aqui, mas inevitavelmente renderia longos diálogos! Suas duas frases finais são de uma riqueza louvável, pela maneira que está descrita 'antitesiada' e do que ela significa em sua vida. Tocou-me profundamente, se pelo mesmo motivo, não o sei, mas cumpriu a função.
ResponderExcluir